De origem antiga, como o atestam inúmeros elementos arqueológicos, as freguesias que atualmente integram Vieira pertenceram antigamente a vários concelhos, termos, coutos e vilas, hoje extintos:
Caniçada, Cova, Salamonde, Soengas e Ventosa pertenceram ao concelho de Ribeira de Soás, deu-lhe foral D. Manuel em 1515;
Parada de Bouro foi pertença do Couto de Parada de Bouro, criado por D. Sancho I, que o deu à famosa Ribeirinha;
Cantelães, Eira Vedra, Mosteiro, Pinheiro, Tabuaças, Vieira e Vilarchão compunham o concelho de Vieira;
Campos e Ruivães eram terras do concelho de Ruivães;
Anjos e Rossas pertenceram ao concelho de Rossas, a quem D. Manuel concedeu foral em 1514;
Guilhofrei que pertenceu ao concelho de Vila Boa da Roda, com foral de 1514, autorgado por D. Manuel;
Soutelo e Louredo pertenciam ao Concelho de Lanhoso, que tem foral dado por D. Dinis em 1292.
Foral concedido por D. Manuel I (1514).
A antiguidade da ocupação humana das terras que hoje integram o concelho de Vieira do Minho pode ser atestada pelos inúmeros testemunhos arqueológicos que podem ser vistos no concelho, com particular destaque para a área da Serra da Cabreira, território ocupado desde a pré-história, e as localidades de Salamonde e Ruivães, onde a presença militar de diferentes povos, com destaque para os romanos, atestam o valor estratégico desta área no controle das principais vias de penetração na província. As mamoas, menires, gravuras rupestres , fojos medievais, necrópoles neolíticas, povoações romanas, castros, além de vários utensílios de barro, ferro e outros metais, são exemplos do filão arqueológico da região, bastante sub-explorado aliás.
Da época romana, ainda existem vestígios de alguns troços da via XVII do itinerário Antonino que ligava Braga e Chaves a Astorga, e vestígios de antigos povoados dessa época. É exemplo disso o povoado de S. Cristovão - Ruivães.
Pela extrema importância na estratégia militar, a região sofreu os efeitos da penetração dos diversos povos que invadiram a península, desde os Suevos aos Romanos e, bem mais recentemente, dos exércitos Napoleónicos. De facto, na Primavera de 1809, o concelho foi duas vezes atravessado pelas tropas do marechal Soult: a primeira a 15 de março, em impetuoso avanço a caminho de Braga. A segunda, a 17 de maio, em retirada precipitada pela ponte da Misarela, no dia exato em que as forças anglo-lusas de Wellesley chegavam ao alto de Salamonde, com o objetivo, frustrado, de lhes atalhar o passo.
Este seu pendor para o envolvimento na guerra determinou igualmente que Vieira se envolvesse nas guerras liberais, presenciando Ruivães duros combates entre liberais e absolutistas. Pouco depois, em abril de 1846, Vieira entusiasmava-se com o movimento popular da “Maria da Fonte” onde teve a sua origem e onde habitava o seu mentor: Padre Casimiro José Vieira.
Estas breves notas são bem o testemunho da história de Vieira do Minho, feita mais da sua valia estratégica, do que da memória dos Homens consubstanciada em monumentos e urbes.
A constituição da sede de concelho foi definida pelo Decreto-Lei Nº22593 de 29-05-1933, no lugar de Brancelhe. Foram então desanexados 11 lugares da freguesia do Mosteiro e 1 de Cantelães, constituindo-se assim a freguesia de Vieira do Minho.